Atletas da vida real
Treinamento funcional, aliado a musculação e a orientação nutricional, resgata a saúde e devolve a vitalidade, não importa a idade
No passado treinamento funcional era destinado apenas para atletas de elite, com objetivo de melhorar a performance e a efetividade em suas competições. Foi por volta de 2001 e 2002, que este método chegou ao Brasil e aos poucos conquistou o seu espaço no meio esportivo. Mas se engana quem pensa que o treinamento funcional é destinado somente para profissionais. Em Curitiba, uma academia tem se destacado no treinamento e na reabilitação de pessoas que visam voltar a desempenhar as atividades que um dia desenvolveram. São alunos e pacientes que buscam resgatar a saúde e a vitalidade perdidas ao longo do caminho, devido ao tempo, a doenças, ou simplesmente a idade.
“Conseguimos desde possibilitar ao indivíduo um corpo em forma, como também atuar, inicialmente, para a melhora do desempenho de suas atividades diárias. Tratamos pessoas que sentem-se limitadas em alguns movimentos ou condições, e que desejam voltar à ‘ativa’ para se sentirem mais felizes”, declara a fisioterapeuta Dra. Andréa Candeu, diretora da AC Company. De acordo com o fisioterapeuta Dr. Tiago Rocha Alves Costa, o treino é determinado conforme as dificuldades e limitações de cada pessoa. “Trabalhamos propriamente os movimentos e utilizamos a musculação para fortalecer os músculos”, explica o treinador funcional. Ele revela que o treino busca uma harmonia do movimento, modelando o corpo, melhorando o equilíbrio, a velocidade, a força, a resistência, a flexibilidade e o condicionamento físico, além de reduzir muito os riscos de lesões. “Pode ser aplicado em um jovem sedentário, em uma pessoa que está acima do peso, aquela que quer prevenir doenças, a que já apresenta algum problema mais grave, até no atleta de alto nível e em uma pessoa da terceira idade”, declara Dr. Tiago.
exercícios físicos e uma dieta saudável
é a combinação perfeita para quem deseja
ter uma velhice com saúde e vitalidade,
realizando suas funções diárias sem
enfrentar dificuldades ”
1 – Funcionalidade e prevenção
É o caso do economista aposentado Antonio Stefanski, de 59 anos, que tinha uma vida sedentária e resolveu prevenir problemas futuros. “A exemplo da minha esposa, decidi fazer uma atividade física e, em apenas dois meses, sinto que adquiri mais força, resistência, flexibilidade, minha postura melhorou e o corpo está mais leve”, salienta. Assim como os benefícios à saúde, seu Antonio reconhece a importância do trabalho personalizado. “A orientação individualizada e o ambiente agradável são também motivadores para o treinamento”, destaca.
A professora aposentada Irma Neves Brusche, de 72 anos, reencontrou pelo método o prazer de viver. Ela passou por duas cirurgias cardíacas, teve um pequeno AVC (Acidente Vascular Cerebral) e adquiriu limitações que a tornaram uma pessoa desanimada para a vida. “Estava sempre cansada, passei a ter problemas de rim, tireoide e colesterol, provavelmente decorrentes de medicamentos. Para completar comecei a ter dores horríveis nos pés, ficando com os movimentos limitados e com dificuldades para caminhar normalmente”, revela. Embora tenha consultado diversos especialistas e feito vários exames, a paciente descobriu que sofria de gota na sola dos pés fazia três anos. “Com o treinamento, os exercícios de alongamento e a musculação, as dores desapareceram, melhorei uma artrose nos joelhos e na nuca (coluna cervical) e hoje tenho prazer de viver”, comemora.
Dra. Andréa Candeu resume dizendo que os exercícios visam à funcionalidade, ou seja, fortalecem o corpo de dentro para fora, trabalhando os músculos mais profundos, como os que determinam a postura e os que dão sustentação às articulações do corpo. “O treinamento funcional é completo, os alunos sentem o resultado a cada sessão”, destaca a fisioterapeuta, que recebe pacientes encaminhados por médicos de diversas especialidades e, principalmente, pelo geriatra e cardiologista Dr. Antonio Augusto de Arruda Silveira Jr, que preconizou este trabalho há mais de dez anos.
2 – Ganho de massa óssea e força muscular
A prática regular de exercícios físicos traz inúmeros benefícios à saúde, entre eles o aumento do gasto energético, maior coordenação motora, melhora da capacidade cardiorrespiratória, diminuição do estresse e riscos de doenças como hipertensão, obesidade e diabetes. Porém, treinar uma modalidade isoladamente nem sempre atinge satisfatoriamente os objetivos e resultados desejados.
“O exercício com peso é reconhecido por ser a atividade física mais eficiente para o aumento de massa muscular, óssea e da força dos músculos esqueléticos”, explica Dra. Andréa, que recomenda para as pessoas da terceira idade a associação do treinamento funcional com a musculação, aliados a uma alimentação saudável. “Para se obter o efeito da musculação com propriedade, é importante associar à atividade o acompanhamento nutricional”, acrescenta.
De acordo com a especialista, a musculação é um treinamento contrar- resistido que eleva a capacidade contrátil e o volume dos músculos. “É uma forma de preparação física utilizada para a melhora da performance e da estética. Tem como principal finalidade a terapêutica, pois reabilita e estimula a saúde”, acentua.
3 – Importância da nutrição e dieta personalizada
Alimentação saudável é a nutrição de forma equilibrada para que os adultos mantenham o peso ideal e as crianças se desenvolvam bem intelectual e organicamente. Desta forma, são elaborados planos alimentares para diabéticos, hipertensos, cardiopatas, pessoas com baixo peso, com obesidade e outras disfunções. “Exercícios físicos regulares trazem muitos benefícios à saúde, porém é fundamental que a alimentação esteja adequada à modalidade praticada, independente da idade”, enfatiza a nutricionista Vanessa Vieira de Souza, da AC Company.
A nutrição desempenha papel importante no cotidiano de uma pessoa, pois prepara o organismo ao esforço, fornecendo os nutrientes necessários que irão variar de acordo com o tipo de exercício e do objetivo que se pretende alcançar, como o ganho de massa muscular ou a perda de peso, adequando assim a capacidade de gasto e absorção. “Já para os idosos, é muito importante o consumo de proteína, mas a quantidade precisa ser calculada individualmente para não prejudicar a função renal”, adverte a nutricionista.
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