Determinação na luta contra o sobrepeso e a obesidade
Portadora de doença autoimune e alterações na tireoide, Tatiana M. Dos Santos põe fim à obesidade relacionada à doença e dá um show de superação na batalha pela saúde e qualidade de vida
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Em todo o mundo o sobrepeso e a obesidade são responsáveis por mais mortes do que a desnutrição. Já no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o excesso de peso nos homens saltou de 18,5% (2008/09) para 50,1%, e nas mulheres de 28,7% para 48%. Apesar de muitas vezes achar-se que a obesidade seja apenas consumo exagerado de alimentos, o problema apresenta causa multifatorial, envolvendo fatores biológicos, econômicos, sociais, políticos e culturais, e muitas vezes é desencadeado devido a outros problemas de saúde.
Mais uma vez trazendo histórias de superação, o portal da Revista Corpore conta a história de Tatiana Margarida dos Santos (33), que conseguiu eliminar mais de 30 kg com atividade física e alimentação saudável, além de muita determinação, depois de enfrentar grande batalha para o controle de uma doença autoimune – uma prova viva de que nem tudo está perdido e que, com força e determinação, é possível emagrecer, ser saudável e feliz!
Evolução da doença que culminou com depressão e obesidade
A história de Tatiana começou quando ela ainda era pequena, por volta dos oito anos de idade, em que eczemas começaram a aparecer na sua pele. “Até então a doença que eu tinha não era muito conhecida; depois de muitos exames e biópsia foi descoberto que eu tinha psoríase, uma doença autoimune que atinge a pele. Começava então o meu tratamento, a princípio de forma suave”, relata.
Com o passar do tempo, a doença de Tatiana piorou e o que antes afetava apenas algumas partes do seu corpo, começou a afetar o corpo inteiro e de forma bem agressiva. Aos 20 anos, a jovem começou a sentir dores nas articulações. “Como trabalhava no comércio, achei que fossem dores referentes ao trabalho, pois ficava em pé o dia todo. As dores pioravam tanto que eu tinha que andar mancando, tudo se tornava um sacrifício, até que as articulações começaram a inchar”, acrescenta.
Diante dessa situação, afastou-se do trabalho para buscar tratamento e depois de vários exames e ressonâncias os médicos descobriram que a paciente tinha artrite psoriática, doença que afeta uma pessoa em cada 100 portadores de psoríase e, como os outros tipos de artrite, esse afeta também a coluna. “Foram dores em todas as articulações e na coluna, ao ponto de eu quase não conseguir andar, de não conseguir segurar um copo e minha mãe ter que me ajudar a trocar de roupa, entre tantas outras limitações”, conta.
Devido à quantidade de remédios para tratar a patologia, outras doenças como fibromialgia, hipotiroidismo, depressão e obesidade também se manifestaram. Eram em média oito comprimidos por dia, entre medicações fortes e corticóides. “Fiquei um ano afastada pelo INSS, aí veio a depressão, engordei 40 kg, tive distúrbio alimentar e tomei antidepressivos. Fiquei seis meses sem sair de casa, me afastei dos amigos, da família e de qualquer evento em que as pessoas pudessem me ver”, conta Tatiana, que, a partir de então, deu início ao seu processo de superação.
Entre altos e baixos, a esperança é a última que morre
Com o passar do tempo, a jovem voltou ao trabalho, as dores melhoraram aparentemente, a psoríase e a tireoide estabilizaram. “Antes, vivia praticamente dopada, pois não conseguia viver sem medicações; se me faltasse algum dos remédios sentia dores e as doenças voltavam a evoluir.”
Foi quando o marido de uma prima recebeu a indicação para tratamento em uma clínica que faz pesquisa com medicações biológicas de alto custo provenientes de laboratórios americanos. Entretanto, sendo portador somente de psoríase (quando a pesquisa requeria um paciente com artrite psoriática), indicou Tatiana que tinha as duas doenças. Processo longo, entrevistas, exames,.. e enfim veio a primeira vitória. “A doença respondeu muito bem ao tratamento, fiquei sem eczemas pelo corpo, as dores sumiram e minha tireoide voltou ao normal, sem que eu precisasse tomar outra medicação. Enfim, eu estava muito feliz!”, lembra ela.
No entanto, como este tipo de medicação (biológica) abre portas para outras doenças se o cuidado com a saúde não for redobrado, Tatiana perdeu a eficácia do tratamento ao constatar através de exames que tinha tido contato com o vírus da tuberculose, embora sem desenvolver a doença. “Fiquei arrasada!… Mas, como Deus é maravilhoso em minha vida, o chefe da pesquisa da qual fiz parte me informou que como eu tinha tido uma boa resposta ao tratamento inicial, o SUS disponibilizaria essa medicação e ele me ajudaria a reiniciar todo o tratamento”, destaca.
Superação: alimentação saudável, atividade física e muito empenho para o fim da obesidade
“Chorei, sorri, pulei de alegria, aí então começava outra etapa! Como a doença reumática estava controlada, era hora de cuidar do corpo judiado com tanta agressão, pois durante todo este processo eu estava pesando 110 kg”, relata Tatiana. Ano passado, exatamente no dia 01.11.2012, e faltando 10 dias para seu aniversário de 33 anos, Tatiana pediu à sua mãe de presente de aniversário a matrícula na academia ao lado do seu trabalho, especializada em artes marciais.
“Pesquisei na internet sobre qual atividade física me faria emagrecer e verifiquei que o muay thai tem estas características: além de ensinar arte marcial propicia um excelente condicionamento físico”, conta. Pessoas e histórias inspiraram a jovem, que também procurou uma nutricionista e uma endocrinologista, e consultou seu reumatologista. Como diz, foi à “luta”, literalmente.
Através da reeducação alimentar, com o consumo de alimentos saudáveis em horas corretas, acompanhamento de sua endocrinologista para um metabolismo ativo e atividade física, foram medidas adotadas por Tatiana para o resgate da sua autoestima e o fim da obesidade. “No início, a academia foi difícil pela vergonha de não conhecer ninguém, por ser um ambiente onde predomina o público masculino, mas eu estava tão determinada que isso foi apenas um detalhe para persistir no meu empenho”, afirma.
Houve dias em que Tatiana teve vontade de desistir, mas as pessoas começaram a ver sua evolução na academia e a motivavam a continuar nos treinos, os professores nunca deixaram de estimulá-la e isso ajudou muito na conquista de sua saúde e qualidade de vida. “Os resultados começaram a aparecer, comecei a fazer aulas de boxe para auxiliar e complementar o muay thai, e aí já se foram nove meses e 31 kg eliminados. Agora, minha nutricionista me liberou para começar musculação aos poucos. Estou imensamente realizada, pois recuperei minha saúde, minha autoestima e aprendi a me amar”, comemora Tatiana.
Sua meta é perder um total de 40 kg. “Vou chegar lá, agradeço por tudo apesar do sacrifício para me manter saudável, pois vale cada esforço quando você tem a felicidade e a superação como prêmio. Não fico revoltada com o que me aconteceu, pois aprendi com cada sofrimento e o amadurecimento pessoal valeu por tudo! Espero que minha história inspire muitas pessoas a se superarem a cada dia, pois eu venci e ainda vou conquistar muito mais!…!”, finaliza Tatiana, determinada e já vitoriosa.
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