Tratamento de choque
O lado do estresse que não se vê
Cansaço físico e mental ou falta de energia? Alteração de humor ou irritabilidade? Seria esse um quadro de depressão? Talvez, mas todos esses sintomas potencializados e prolongados, levam também a um desequilíbrio hormonal grave. E a uma síndrome muito mais complexa.
Em determinados momentos o estresse pode até ser visto como um aliado, como nos casos em que precisamos de uma injeção de adrenalina para reagir a uma situação de perigo. Porém, viver permanentemente estressado, pode fazer com que as adrenais (glândulas localizadas sobre os rins) não consigam produzir seus hormônios adequadamente.
As glândulas adrenais estão na linha de frente no combate ao estresse físico, emocional, psicológico e térmico. Por serem tão “bombardeadas” por esses fatores, elas iniciam sua exaustão. As adrenais produzem hormônios específicos que regulam a produção de energia, frequência cardíaca, força muscular e outros processos. Entre esses hormônios está o cortisol (conhecido popularmente como “hormônio do estresse”), responsável pela imunidade e pelos níveis de açúcar do sangue. Quando em colapso, as adrenais não conseguem mais contrabalancear todos os processos químicos enviados pelo sistema nervoso.
Segundo Dr. Mussi George Khalil do CIMEPCentro Integrado de Medicina Preventiva, os sintomas mais comuns da fadiga adrenal são: a dificuldade em levantar cedo, superar situações difíceis, curar-se de uma infecção (ficar resfriado por semanas), sentir vontade aumentada de sal ou açúcar, ter sono muito tarde, sentir cansaço à tarde ou o dia todo, ter baixa libido, tonturas ao levantar-se de uma cadeira e intolerância à luz forte. Podem aparecer também dentro de um conjunto: doenças reumáticas, auto imunes, alergias, descamação de couro cabeludo, eczemas, psoríase, entre outros.
O dentista Giovani Lago sabe bem como é isso. Ele passou por psicólogo, psiquiatra e outros médicos. Usou vários antidepressivos, por muitos anos, mas não obteve resultados satisfatórios. O humor até chegou a melhorar, mas outros sintomas, como a troca do dia pela noite, alergias, resfriados constantes, dores musculares, não foram resolvidos. “Pesquisando na internet percebi que não tinha apenas depressão e fui procurar uma orientação médica diferente”, conta.
Segundo Dr. Mussi, é só através de uma consulta minuciosa e de exames laboratoriais específicos que é possível chegar ao diagnóstico correto. “É comum o paciente chegar ao consultório com vários sintomas e aí descobrimos que todo aquele estresse de muito tempo já provocou um grande desgaste. Desgaste este, que não se limita apenas ao sistema nervoso, mas também a seus órgãos, como no caso das adrenais”,explica.
O primeiro passo dado pelo dentista Giovani após a consulta com Dr. Mussi e comprovação dos exames foi passar pela equipe de profissionais do CIMEP e seguir à risca o tratamento. “Comecei com uma atividade física leve e gradativa e tive que mudar meus hábitos alimentares. Estou em tratamento com a equipe há cinco meses. Passei por todos os profissionais, fiz até fisioterapia para distencionar e fortalecer os músculos, melhorando minha postura para absorver a tensão do dia a dia. Hoje estou muito mais disposto e feliz, não troco mais o dia pela noite como fazia antes. “Parece que nasci de novo”, comemora Giovani.
A exaustão adrenal é mais comum na população urbana do que se pensa. Atinge homens e mulheres em idade produtiva. Dr. Mussi alerta que se você identificou alguns destes sintomas, deve procurar um serviço médico preventivo e realizar um protocolo diagnóstico mais aprofundado. “O diagnóstico precoce ainda é a melhor forma de tratar o problema”, enfatiza Dr. Mussi.
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