Medicina

Por uma articulação sem dor

Já existem tratamentos eficazes como medicamentos modificadores da doença, uso de Plasma Rico em Plaquetas e colocação de próteses que aliviam dores e sintomas da artrose

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“Estava difícil caminhar, a perna ia entortando, não obedecia, falseava e eu tinha medo até de cair”. A declaração do aposentado Andre Lehoczke, de 67 anos, faz parte do passado, porém, ainda permanece na memória do aposentado. As dores e dificuldades para caminhar sinalizavam que algo não estava bem, foi quando descobriu, há um ano, que estava com artrose nos dois joelhos.

Para resolver isso, Andre teve que buscar ajuda médica. “Antes da cirurgia as pernas estavam entortando e sentia dores ao caminhar ou quando fazia um movimento brusco ao dirigir. Agora estou bom, posso andar, dirigir e dormir tranquilo”, relata. O sucesso no tratamento começou no ano passado, quando o aposentado operou o joelho direito, que estava mais comprometido. Há pouco mais de dois meses o esquerdo também passou por uma cirurgia para colocação de prótese, e Andre está comemorando o sucesso do procedimento. “A prótese foi a solução perfeita”, sintetiza.

A história de Andre poderia ser também a do João, do Ricardo, do Zé, da dona Maria. A artrose é uma das consequências da idade, sendo comum em pessoas acima dos 50 anos. É uma doença caracterizada pelo desgaste da articulação com perda da cartilagem, que envolve as articulações do joelho, quadril, mãos e pés. “Ela está ligada ao envelhecimento, mas não é só esse o fator de risco. Depende muito da genética, e às vezes os sintomas podem aparecer ainda na juventude”, afirma o ortopedista Alexandre Queiroz, especialista em joelho.

As dores são os sinais mais evidentes da doença, porém, outros sintomas como estalos e limitação do movimento também indicam que a artrose está aparecendo. O ortopedista Walter Taki, especialista em quadril, relata que o diagnóstico precoce é essencial para evitar uma cirurgia. “Muita gente sente dor e acha que é outra coisa. Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será o resultado, pois a pessoa ainda terá cartilagem que poderá ser tratada com medicação e exercícios físicos“, orienta o médico.

A atividade física é importante antes mesmo de qualquer sintoma. Especialista em joelho, o ortopedista Marcus Vinícius Danieli garante que exercícios são uma ótima forma de prevenção. Eles fortalecem os músculos e melhoram o alongamento, protegendo as articulações. Entretanto, em casos precoces, os ortopedistas indicam o uso de remédios modificadores da doença como uma solução de tratamento. “Esses medicamentos melhoram a condição da cartilagem que ainda está lá e seguram a evolução da doença, pois fortalecem as células de cartilagem que restam”, destaca o Dr. Marcus.

Segundo os médicos que integram o staff da Uniorte, clínica de ortopedia especializada, o tratamento com PRP (Plasma Rico em Plaqueta) é outra alternativa eficaz no combate ao desenvolvimento da artrose. “Há várias opções cirúrgicas que tendem a melhorar a dor. Temos desde a limpeza da articulação até as técnicas que estimulam a cicatrização. Nessas são feitos pequenos furos na lesão e é aplicado o PRP, que é rico em fatores de crescimento e leva à cicatrização do tecido que passa a cobrir a parte desgastada da articulação“, explica Dr. Marcus Vinícius.

Essa técnica pode ser usada em casos de artrose nos pés. O ortopedista César Martins destaca que essa parte do corpo tem a cartilagem mais fina e, por isso, o cuidado precisa ser maior. “No Brasil ainda não temos prótese de tornozelo, o que poderia resolver casos mais severos da doença. Para suprir essa carência, atualmente realizamos a artrodese, cirurgia que diminui o movimento da articulação e o paciente fica sem dor, ou o PRP”, explica.

Nos joelhos ou quadris a prótese é a opção mais radical. “Ela substitui a articulação e é a solução para casos graves onde o paciente sente fortes dores e a qualidade de vida está ruim“, afirma o Dr. Alexandre Queiroz, que operou André Lehoczke. Ele completa que a vida útil da prótese é superior há 15 anos, por isso, muitas vezes, o caminho passa por outros tratamentos. “Dependendo do grau da artrose podemos optar por tratamentos menos agressivos. Mas para casos bem avançados da doença a prótese ainda é o melhor caminho“, acrescenta Dr. Walter Taki.

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