Fraturas do fêmur: como tem sido o tratamento atualmente
Diversas técnicas cirúrgicas estão melhorando a qualidade de vida de pacientes idosos que sofreram fraturas no fêmur, as quais, na maioria das vezes, são decorrentes de osteoporose
Mesmo passando a maior parte do dia em casa, os idosos não estão livres de acidentes que colocam em risco a sua saúde, em especial, as mulheres, que estão mais sujeitas a osteoporose, condição que aumenta o risco de fraturas com o processo natural de envelhecimento. Quedas domésticas são mais comuns do que parecem para essa parte da população que, naturalmente, tem muito mais fragilidade nos ossos do que quando jovens.
Com o aumento da expectativa de vida, cresce também o risco de fatalidades, principalmente nas idosas. A baixa produção do hormônio estrogênio após a menopausa, responsável pela proteção contra a descalcificação, é o que aumenta a incidência de osteoporose e, por consequência, de fraturas em determinadas regiões do organismo, como na parte superior do fêmur (quadril). Esta região é dividida em colo e região trocanteriana, as quais possuem características distintas e, portanto, indicação de tratamentos diferenciados.
A boa notícia é que existem, atualmente, diversas técnicas que podem ser utilizadas para corrigir traumas, dependendo apenas das características das fraturas.
“Em geral, para os implantes utilizamos placas, parafusos, hastes intramedulares ou próteses, sejam elas totais ou parciais”, explica o ortopedista Dr. Mark Deeke, que atua no cuidado do quadril e joelho.
De acordo com o médico, cada um dos implantes possui características especiais. “Em determinadas situações, deve-se substituir o osso por metal (uma prótese) e, em outras, somente fixar o osso quebrado com as placas e parafusos ou mesmo hastes, mantendo-se o osso natural. Mas tudo depende das características do paciente”, acrescenta.
Diagnóstico e indicações
Dr. Mark Deeke adverte que não é necessário ter estatura alta para uma pessoa com osteoporose sofrer uma queda e fraturar o fêmur. “Uma simples torção da coxa durante a queda faz com que o osso se frature, pois ficou frágil devido a osteoporose”, alerta. Dor na virilha e a incapacidade de mexer o membro inferior, o qual estará mais curto e girado para fora são os sintomas mais vivenciados pelos idosos.
Para a confirmação do diagnóstico, as radiografias da pelve são suficientes na maioria dos casos, o melhor momento para a cirurgia é nas primeiras horas após a fratura, já que o procedimento é o tratamento clássico para a fratura no quadril. “Porém, em condições especiais, pode-se aguardar um ou dois dias, sem prejudicar a reabilitação do paciente”, afirma o especialista. Exames básicos de sangue e um eletrocardiograma são os primeiros a serem solicitados para a realização da cirurgia. O risco anestésico também deve ser sempre considerado. “Na maioria dos casos, a anestesia usada é a raquianestesia”, completa Dr. Mark Deeke.
Como regra geral, as fraturas no colo femoral em pacientes abaixo de 60 anos são beneficiadas pela colocação de parafusos, associados ou não, às placas. “Entretanto, dos 60 aos 80 anos, a prótese total de quadril pode ser a opção mais adequada”, acentua o médico. Segundo ele, para as fraturas trocanterianas as placas e hastes são as escolhas mais comuns entre os traumatologistas.
Quanto aos riscos do tratamento ou da lesão propriamente dita, pode ocorrer a infecção pós-operatória, a trombose venosa e a descompensação de doenças já existentes. Já a reabilitação depende do tipo de implante utilizado. “Para as próteses, a marcha é permitida mais precocemente, enquanto que para as fraturas fixadas com placas e parafusos, espera-se que a fratura cicatrize até que o osso esteja resistente para suportar o peso corpóreo, o que geralmente se dá em dois ou três meses”, finaliza Dr. Mark Deeke.
Portanto, previna-se. Pratique atividades físicas, mesmo na terceira idade, alimente-se de forma balanceada, faça exames periódicos para a osteoporose e visite sempre seus especialistas.
+ Saiba mais