Apneia Ronco

Tenha uma boa noite

A ciência do sono avalia e trata todos os distúrbios; o importante é ficar atento aos sintomas

por: Dil Costa | 28/

março

/2013

Mais um dia se passa e finalmente chega aquela hora tão esperada: a hora em que se pode deixar que os pensamentos voem e o corpo relaxe, a hora de revigorar e descansar. Mas o sono é muito mais do que isso. É durante as suas fases que o cérebro começa a memorizar e colocar em ordem tudo o que aprendeu no decorrer do dia. Ao mesmo tempo em que o corpo começa a relaxar, têm início importantes funções fisiológicas, vitais para o organismo. “A conservação de energia, o amadurecimento do sistema nervoso central, o metabolismo anabólico, consolidação da memória, a regeneração celular e hormonal são as principais atividades reguladas por uma noite bem dormida”, ressalta Dr. Marcello Tamura Brasil, cirurgião dentista graduado pela American Academy of Sleep Disorder (EUA), com especialização na área respiratória e Odontologia do Sono na University of British Columbia (Canadá) e membro da Sociedade Brasileira do Sono.

Sintomas

• Conheça alguns sintomas de
• distúrbios do sono:
• Sonolência excessiva durante o dia;
• Indisposição;
• Dores de cabeça matinal;
• Irritabilidade pela manhã;
• Alteração do humor;
• Falta de concentração e de memória.

O problema é que, para um grande número de pessoas, durante a noite é difícil encontrar o descanso. É nesse momento que aparecem os “fantasmas”, os terríveis distúrbios do sono, que acabam com a tranquilidade, a disposição e vão minando o humor e a saúde como um todo.

Distúrbios do sono são toda e qualquer dificuldade encontrada para dormir. Já foram catalogados mais de 100 tipos, sendo os mais comuns a apneia – espécie de parada respiratória –, o ronco, a síndrome das pernas inquietas e a insônia.

Esses problemas vão além de incomodar o parceiro ao lado. Quem sofre de apneia ou ronco, por exemplo, pode desenvolver sequelas neurológicas devido à falta de oxigenação, como déficit de atenção, sonolência, perda de memória, além de sérias cardiopatias. “Como o coração não bombeia o sangue corretamente, é possível que o paciente tenha um infarto agudo do miocárdio ao acordar”, alerta Dr. Marcello, que faz parte do corpo clínico do Hospital Vita Batel, referência na área cardiológica em Curitiba, e atua no Instituto do Sono em São Paulo. Além dos problemas cardíacos,  se o paciente tiver uma vida sedentária, for fumante e beber, as chances de ter um AVC são ainda maiores.

Se apresentar um ou mais desses sintomas, procure um médico o quanto antes. Através de exames como a polissonografia, que escaneia todo o sono e mostra, entre outras informações, quantas vezes o paciente acorda por noite, o profissional conseguirá dar um diagnóstico preciso. Como no caso da professora de Educação Física aposentada Vilma Lenita Finardi passou a ficar mais preocupada quando começou a roncar. Vilma também tinha insônia, dormia em média duas horas por noite. Como resultado, seus dias se passavam arrastados, ela vivia mal-humorada, sentia muito cansaço e dores de cabeça. O ronco foi a “gota d’água”.  “Eu nunca havia roncado, então comecei a perceber que tinha algo muito errado e que já tinha passado da hora de procurar ajuda. Meus exames acusavam que eu poderia sofrer um AVC a qualquer hora. Logo que coloquei o aparelho intraoral, já senti a diferença. Isso faz quatro anos, e desde lá, sinto-me outra. Durmo sete horas por noite e acordo muito bem”.

O assessor jurídico Marcos Rafael Jardim, 38 anos, vivia irritado, cansado, tinha pouca concentração e durante o dia ficava muito sonolento. “A situação estava cada vez pior. Fui procurar ajuda e, depois de alguns exames, constatou-se que chegava a ter 39 apneias por hora. Hoje, com o uso do aparelho intraoral há três meses, a melhora é perceptível, principalmente para quem vive comigo. Já acordo bem disposto”.

“Dormir bem é uma condição do corpo para seu bem-estar físico e psicológico. As pessoas não podem simplesmente se acostumar com um estilo de vida que não leva a sério o sono, pois não sabem o mal que fazem ao organismo”, ressalta Dr. Marcello.

Porém, a prevenção é sempre o melhor remédio. Hábitos como exercícios, alimentação saudável e uma boa higiene do sono são medidas excelentes para prevenir muitos dos distúrbios. E lembre-se de dar atenção às suas horas de descanso, e também cuidar de seu próprio bem-estar e, claro, do seu coração e da sua mente.