Respire bem, viva melhor
Rinosseptoplastia garante respiração e nariz perfeitos
Com a chegada do inverno, chega também o período de maior sofrimento para quem tem problemas respiratórios, que normalmente já são agravados durante a noite. Milhões de pessoas sofrem diariamente com a obstrução nasal. Entretanto, na maioria das vezes, este problema não está apenas relacionado à época mais fria do ano, mas a alterações estruturais, principalmente ao desvio de septo, resultado de algum traumatismo ou crescimento anormal do nariz e da face.
A obstrução nasal até pode ser congênita ou manifestar-se na infância, durante o desenvolvimento dos ossos da face, mas, também pode ser resultado de processos inflamatórios, infecciosos, alérgicos, crônicos ou cirurgias. Além disso, pode também ser provocada por traumatismos, como em caso de queda, esporte de alto contato ou acidente.
O paciente com o desvio pode não apresentar nenhum sintoma em alguns casos, mas, em outros, sofre com graus variados de obstrução nasal e, por consequência, retenção das secreções, rinossinusite crônica e sangramentos. Outros sintomas que frequentemente estão associados ao desvio de septo são: respiração pela boca, cansaço, dificuldade para dormir, apneia do sono, roncos, dores de cabeça e na face.
“Inverno para mim era sinônimo de descongestionante nasal. Só assim eu conseguia respirar”, conta o bancário Lucas Rodrigo Kawazoe Butgnol, de 33 anos. Ele sempre sofreu com o desvio de septo, mas o problema se agravou ainda mais ao quebrar o nariz aos 20 anos, numa competição de tae-kwon-do. “Aí, além do desvio de septo e nariz pontudo, ficou torto!”, lembra. Entretanto, nem de longe estes eram os maiores problemas. “Como no inverno o nariz entupia demais, só podia dormir de barriga para cima, o que causava ronco e me gerou uma grave inflamação na coluna”, conta Lucas. Outro complicador era trabalhar em um ambiente com fuligem. “Recorria aos descongestionantes nasais, mas não me alegrava saber que ficaria dependente deles para o resto da vida”, desabafa.
Em fevereiro, ele finalmente resolveu pôr fim ao problema e realizou a rinosseptoplastia. “Além da melhora estética, hoje respiro muito bem, apesar de ter se passado pouco tempo da cirurgia. Já pude aposentar os descongestionantes e estou pronto para o meu primeiro inverno respirando bem. Também dei adeus ao ronco e aos problemas na coluna, pois posso dormir de lado”, comemora.
Beleza e funcionalidade
Nos casos de desvio de septo, a cirurgia funcional e corretiva deve ser realizada por um especialista em otorrinolaringologia. “Outro cirurgião poderia não corrigir tão bem a parte funcional, porque não é a especialidade dele, que usualmente está mais preocupado com a estética do nariz do que com a funcionalidade”, explica o especialista em otorrino Dr. Denis Massamitsu Abe, do Hospital Iguaçu.
A principal função do nariz não é apenas estar no centro do rosto e garantir-lhe beleza, mas proporcionar a cada pessoa a quantidade necessária de oxigênio para o pleno funcionamento do corpo. Dr. Maurício Buschle, médico otorrinolaringologista que realiza há 30 anos este tipo de procedimento no Hospital Iguaçu, diz que “a rinosseptoplastia é a maneira mais eficaz e segura de aliar funcionalidade respiratória e corretiva, sem correr o risco de ter um nariz belo, mas incapaz de respirar”.
Aos 24 anos, a advogada Vivola Risden Mariot não tinha graves sintomas pelo desvio de septo, apenas uma pequena dificuldade de respirar, mas a questão estética a incomodava bastante. “Eu evitava tirar foto de lado e não gostava do meu nariz. Como meu pai e irmã já tinham operado, decidi realizar o procedimento. Foi muito além da minha expectativa! Hoje, mais de dez anos depois, as pessoas veem que mudei, que meu rosto está harmonioso, mas não sabem o que fiz. Acho isso essencial: que o procedimento não seja desfigurante, apenas alinhe e adeque meu nariz ao meu rosto”.
Antes, durante e depois
Antes da realização do procedimento, o paciente passa por uma série de avaliações. “Podem ser feitos diversos exames clínicos, como radiografias, tomografia e estudo fotográfico para garantir o equilíbrio harmônico entre as proporções do rosto e do nariz, de forma natural e autêntica”, explica o Dr. Maurício.
Justamente por buscar esta harmonia, o Dr. Denis conta que não é possível que o paciente escolha o nariz que quer ter. “Levamos em conta o formato do rosto, a descendência, tipo de pele, etc. Não dá para fazer um ‘nariz de revista’ ou um nariz igual para todo mundo. Cada um tem suas características e o nariz precisa se adequar a isso”.
Após paciente e médicos chegarem a um acordo sobre a cirurgia e resultados, é realizado o procedimento, que pode durar de uma a quatro horas. “A técnica cirúrgica depende muito da necessidade do caso. Há pacientes nos quais precisamos alterar a estrutura do nariz ou enxertar cartilagem, e é isso que determina o tempo de duração”, diz o Dr. Denis.
Dr. Maurício explica que não há necessidade de pernoite e, na maioria dos casos, os pacientes apenas ficam internados em observação por algumas horas. Geralmente, a anestesia é local, com sedação. “O procedimento é realizado através de incisões cirúrgicas dentro do nariz, sem cicatrizes externas – elas ficam escondidas internamente ou no limite da narina”.
Após a cirurgia, podem surgir inchaço, manchas roxas e desconforto nasal, mas todos desaparecem em poucos dias. Cuidados, entretanto, são necessários, como limpeza nasal, dormir com a cabeceira elevada e usar protetor solar. “Existe a possibilidade de manchas e elas podem ser permanentes com a exposição direta ao sol”, esclarece o Dr. Denis. Também é preciso ficar alguns dias sem usar óculos e um mês sem a prática de atividades físicas de grande impacto.
Chegou o frio! Ai, ai, ai…
O inverno é o período em que mais ocorrem gripes, resfriados e problemas na garganta. “É natural que, com a chegada do período mais frio do ano, cheguem também as doenças comuns à época, como resfriados, pneumonias e laringites. Muitas vezes não basta só o chazinho e remedinho caseiro, às vezes é preciso atendimento de um profissional”, explica o Dr. Rubens Thöeken, otorrinolaringologista especialista em laringe.
Ele explica que o maior sinal de alerta para buscar um médico é a febre acima dos 38°C. “Este é um medidor de que pode ser não apenas um resfriado viral, mas uma doença bacteriana. As doenças de laringe, quando associadas ao resfriado, o paciente dificilmente vai deixar de notar, porque terá bastante rouquidão ou até afonia, que é a perda total da voz”, diz ele.
É preciso, entretanto, saber diferenciar os tipos de rouquidão, como resfriado, laringite, por uso exaustivo da voz e outros. “Se a rouquidão persistir ou for incômoda, o paciente deve buscar ajuda médica para determinar a causa. Em fumantes, por exemplo, a rouquidão pode indicar o aparecimento de uma doença maligna, que nada tem a ver com doenças de inverno”, alerta o Dr. Rubens.