Recuperação em domicílio
O atendimento fisioterápico domiciliar é uma tendência porque agrega inúmeros benefícios, os pacientes ficam muito mais tranquilos em suas casas, não alteram suas rotinas e recebem um tratamento especializado no conforto dos seus lares; eles não precisam se deslocar até uma clínica de reabilitação, independente se eles têm, ou não, dificuldades de locomoção, e nem precisam de alguém que os acompanhe; e uns dos benefícios mais importantes é que o tratamento domiciliar apresenta maior efetividade, pois ele é individualizado e mais humanizado, e o ambiente caseiro auxilia na aceitação e comprometimento com as terapias.
O público que mais requisita o serviço são os idosos, que requerem terapias para melhorar e resgatar o bem-estar e aliviar as dores. Pacientes que sofreram lesões, quedas, ou realizaram cirurgias também são beneficiados, assim como os portadores de doenças crônicas e aqueles que sofreram AVC e precisam tratar as sequelas. “Além de restaurar o equilíbrio físico, fortalecendo, alongando e levando à analgesia das dores, a fisioterapia associa outras terapias reconhecidas como a acupuntura e técnicas de manipulações que irão potencializar a melhora, inclusive no quadro emocional do paciente”, explica a Dra. Ana Paula Martins, fisioterapeuta, especialista em Acupuntura, que atua no treinamento de transformação da consciência e é autora e coautora de dois livros na área.
Essa foi a alternativa encontrada por dona Carolina Zolet, de 72 anos, que há 12 anos começou a terapia porque sofria fortes dores na região lombar. “Comecei o tratamento domiciliar com fisioterapia, acupuntura e exercícios. No início cheguei a fazer três vezes por semana e minha dor diminuiu significativamente, mas não foi só isso que aconteceu, minha ansiedade e problemas no estômago e intestino foram amenizados”, relata. “Passei a dormir melhor e hoje não me imagino sem essas técnicas em minha vida”, declara dona Carolina, que agora faz sessões ocasionalmente.
Dra. Ana Paula explica que os pontos de acupuntura, além, de tratarem a dor, ter ação anti-inflamatória, promoverem relaxamentos, auxiliam na liberação de hormônios que promovem a baixa da ansiedade, melhoram a disposição, o humor e regulam o sono, o que é vital para o restabelecimento do organismo. “Nos protocolos de tratamento, alguns baseados na medicina tradicional chinesa, incluem-se técnicas de respiração, exercícios como o Lian Gong, que é uma ginástica terapêutica chinesa, e até mesmo uma mudança alimentar. Como sou diabética há 35 anos, sei o poder dessa mudança, da simples substituição alimentar, buscando alimentos mais funcionais e naturais, promovendo um estado completo de bem-estar”, evidencia a terapeuta. O processo (coaching) de transformação consciente ajuda a liberar as dores emocionais, que se refletem no corpo. De acordo com a Dra. Ana, cada paciente é único, com histórico de vida, anamnese clínica, queixas e traumas diferentes. “Não existe uma receita única. Há pacientes, por exemplo, que não suportam agulhas, outros que não respondem de forma efetiva a uma desinflamação de dor articular, por isso é preciso um diagnóstico amplo para oferecer alternativas que revertam esses quadros. Durante o tratamento o paciente aprende a importância da mudança de hábitos, isso contribui para que as disfunções não reapareçam. Por isso a manutenção eventual pode ser necessária”, destaca a fisioterapeuta.
Resgatando a vida
Há dez anos a servidora pública Maria Terezinha Perine de Araújo teve um AVC, que paralisou o lado esquerdo do corpo. Terezinha conta que perdeu os movimentos do braço e da perna e ficou três meses sem sair de casa. Depois que começou a fazer reabilitação domiciliar utilizando as terapias manuais, posturais, acupuntura, osteopatia craniana e a ginástica chinesa, gradativamente foi recuperando os movimentos, o equilíbrio e a autoconfiança. “Hoje, com 63 anos, movimento bem os braços, abro e fecho as mãos, consigo pegar as coisas, e até dirijo meu carro. Enfim, tenho uma vida normal!”, comemora Terezinha, que continua com as terapias, pois percebeu uma melhora geral em sua qualidade de vida. “O coaching de transformação consciente me ajudou até a emagrecer. Foi muito bom!”, celebra a servidora pública. Dra. Ana Paula ressalta a importância da participação de outros profissionais da saúde no atendimento e orientação das pessoas que realizam a reabilitação domiciliar. “A orientação desses especialistas potencializa o comprometimento do paciente, o que torna o tratamento mais efetivo e o resultado mais evidente”, conclui.
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