Cardiologia

Pelo bem do coração

A prática regular de atividades físicas controla a hipertensão, emagrece e diminui as chances de desenvolver cardiopatias

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Salame, cervejinha e vida sedentária. A vida de Ubaldo José Lemos Chagas estava caminhando por estradas perigosas, e o corpo reclamou: a pressão chegou a 21 por 13. Com mal-estar ele procurou auxílio médico e percebeu que era hora de tomar uma decisão. “Cheguei num ponto em que ou eu fazia algo ou eu morria”, aponta.

O alerta vermelho fez o empresário vestir camiseta, calçar o tênis e começar a praticar exercícios físicos, coisa que todo mundo sabe que é importante, mas que poucos colocam em prática. “Comecei caminhando 20 minutos e hoje caminho uma hora e meia na esteira enquanto assisto aos jornais”, afirma com orgulho.

A determinação de Chagas fez a pressão se estabelecer em 11 por 6 e ele, que de início tomava três remédios para controlar a hipertensão, passou a tomar apenas um. Na balança, o peso caiu de 121 para 106 quilos e a circunferência abdominal, que era de 131 centímetros, está em 111. Isso em apenas seis meses. “Eu ia entrar na obesidade mórbida com certeza, estava sem controle. Mas aí encontrei o Dr. Willyan Nazima e ele foi o grande incentivador e conseguiu fazer com que eu passasse por essa transformação”, declara.

A fórmula receitada pelo cardiologista Nazima no Centro do Coração não é novidade e a cada dia se mostra mais eficaz. O difícil é conscientizar os pacientes. “Percebo que os exercícios estão sendo deixados de lado e que há uma preocupação excessiva com o tratamento medicamentoso”, analisa o cardiologista. Para Nazima, a prática regular de atividade física garante o bom funcionamento do corpo e diminui a necessidade de medicamentos, como aconteceu com Ubaldo Chagas. “A maior parte das patologias como hipertensão, diabetes e obesidade, que são fatores de risco das cardiopatias, podem ser tratadas e ter benefícios com a atividade física”, salienta.

Em seu consultório, Nazima conversa com cada paciente e busca estimulá-los a fazer exercícios aliados a dietas. Ele destaca que mesmo quem trabalha fazendo esforço físico precisa se exercitar. “Existem diferenças entre esforço físico, exercícios e esporte, e cada paciente deve ter um programa físico individualizado, definido pelo cardiologista”, alerta. Não basta calçar o tênis e sair correndo pelas ruas. Isso é, inclusive, perigoso.

Nazima informa que é preciso passar por uma avaliação para saber como está a saúde e que tipo de atividade pode ser realizada. E já adianta aos mais preguiçosos que todos podem praticar exercícios. “Para cada tipo de patologia existe um programa. A atividade física é um universo e diminui a chance de desenvolver doenças. Todos devem fazer exercícios, é muito raro falar que um paciente não pode fazer em 99% dos casos, é melhor fazer do que ficar sedentário”, orienta.

O biomédico e professor universitário Nélio Roberto dos Reis também percebeu que era preciso mexer o corpo. Ele estava se sentindo bem, não tinha problemas, mas depois de uma corrida passou mal, foi para o hospital e acordou com o coração operado. “A partir daí passei a fazer atividade física regularmente. Primeiro comecei a nadar e depois, caminhar. Hoje assisto ao Jornal Nacional em cima da esteira”, aponta.

A mudança de hábito mudou a vida dele. “A pressão começou a baixar, diminui a quantidade de remédios e hoje me sinto bem mais disposto. Isso se deve aos exercícios”, garante. A rotina de se exercitar fez tão bem que ele sente falta quando não caminha. “Eu fiquei tão adaptado que se não faço exercícios não consigo trabalhar no outro dia, fico agitado. Parece esquisito, mas voltei a produzir, a escrever livros, a dar palestras”, declara.

E não é preciso esperar a doença aparecer para buscar alternativas. Dr. Nazima frisa que a atividade aeróbica praticada quatro vezes por semana durante 40 minutos é um ótimo caminho de prevenção. “Isso diminui a chance de desenvolver doenças”, avisa.

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