Nova técnica cura hemorróidas
Menos invasiva que os procedimentos convencionais, a mais inovadora técnica cirúrgica de hemorroidas chega a Curitiba, propondo um tratamento com menos sofrimento
Embora muitas pessoas que sofrem de hemorróidas não procurem ajuda médica por constrangimento ou medo de serem operadas, uma nova técnica cirúrgica criada por médicos italianos, a Desarterialização Hemorroidária Transanal guiada por Doppler (THD), promete resolver o problema de forma rápida e indolor.
A médica coloproctologista Dra. Sonia Time, formada pela Universidade de São Paulo (USP), é a pioneira na implantação da técnica no estado do Paraná, sendo a primeira especialista da área a realizar o procedimento em Curitiba.
“A técnica apresenta excelentes resultados, desde que bem indicada, e pode ser utilizada na maioria dos casos de doença hemorroidária”, afirma a especialista. As hemorroidas são causadas devido a dilatação das veias que ficam na região do ânus, podem ser internas ou externas, e apresentar os seguintes sintomas: prurido (coceira), dor e sangramento.
De um modo geral, a doença ocorre por predisposição familiar, dificuldade para evacuar ou esforço físico excessivo, causando muito desconforto. A THD, indicada para hemorroidas internas, é realizada através de um anuscópio acoplado a um Doppler (equipamento de ultrassom que mede o fluxo sanguíneo), identificando a pulsação da artéria que nutre as veias inchadas. “O cirurgião costura a artéria em um ponto específico, com uma agulha que passa pelo interior do equipamento, reduzindo o fluxo de sangue e curando a doença”, explica Dra. Sonia.
Diferencial
A técnica inovadora oferece muitas vantagens ao paciente. “Além de ser realizada sem cortes, a THD proporciona rápida recuperação e baixo risco de complicações pós-operatórias, tanto que o paciente pode retomar às suas atividades em torno de quatro dias”, acentua a médica. A grande diferença entre o novo procedimento e as técnicas convencionais é que estas últimas são mais invasivas e agressivas, uma vez que incluem cortes com bisturi ou utilização de grampeadores para excisão das hemorroidas, o que invariavelmente provoca muita dor no pós-operatório, sangramento, secreção, além de maior risco de trombose e hemorragia nas áreas incisadas.
A THD utiliza anestesia e é realizada em ambiente hospitalar, embora não necessite internamento, podendo o paciente, na maioria dos casos, receber alta no mesmo dia. “Embora seja uma técnica recente, os primeiros estudos apontam que a THD já oferece resultados semelhantes às cirurgias tradicionais, com baixo percentual de recidiva (reaparecimento)”, completa a médica coloproctologista.
A doença hemorroidária atinge milhares de pessoas e a estimativa é de que, pelo menos, metade da população possa sofrer de hemorroidas em algum momento da vida, independente de sexo e idade. O Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, foi o primeiro do país a utilizar a THD, que promete tratamento sem medo. Em Curitiba, os pacientes já começaram a comprovar a eficácia da nova técnica.
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