Microfisioterapia

Identifique “cicatrizes” para eliminar a dor

A microfisioterapia permite a prevenção, diagnóstico e tratamento das dinfunções corporais e somatoemocionais, identificando "cicatrizes" para a autorregulação do organismo

Dores persistentes em alguma região do corpo são as queixas mais frequentes nos consultórios de fisioterapia. Mas o que muitos não sabem é que as dores físicas nem sempre têm como causa obrigatória desvios posturais ou traumatismos osteomusculares. Muitas vezes, a raiz da dor está diretamente relacionada a traumas emocionais cujas “cicatrizes” deixadas no corpo podem ser identificadas pela microfisioterapia, uma técnica manual reconhecida pelo Conselho de Fisioterapia, que tem por objetivo iniciar um processo natural de autoregulação no organismo, tratando e eliminando diversos sofrimentos.

“O corpo registra cada momento de nossa existência, portanto, problemas de saúde podem estar relacionados a esses registros quando o corpo não da conta de resolver”, declara a fisioterapeuta Dra. Andrezza Tramujas da Silva, especialista em Microfisioterapia. Foi o caso da assistente de faturamento Valésia Pravato, 52 anos, que sofreu com dores nos pés desde os 22 anos. “As dores começaram, após a gravidez do meu segundo filho. Durante anos, tive a sensação de estar calçando sapatos dois números menores, de tão forte e apertada que era a dor. Minha vida era limitada, e só não sentia dor sentada”, conta a paciente que consultou diversos especialistas, fez vários exames e tratamentos, mas não obteve resultado. “Todos os médicos diziam que eu não tinha nada e precisava aprender a conviver com a dor. Inconformada, acabei optando pela cirurgia, fiquei 15 dias sem andar, mas a dor só piorava. Resolvi então fazer uma sessão de microfisioterapia e descobri que minhas dores tinham relação com uma agressão física que sofri no passado”, revela a paciente, que começou a sentir alívio a partir da segunda sessão. “Fiz cinco sessões, e durante o tratamento, além das dores que foram sumindo, também adquiri coragem e fiz mudanças radicais em minha vida. Hoje, estou liberta das feridas emocionais e das dores físicas!”, comemora Valésia, que agora pratica caminhadas regulares de 15 km, faz academia, emagreceu e conquistou a saúde e a melhora de vida que tanto almejava.

Técnica promove o equilíbrio e a saúde

Desenvolvida na França, em 1983, pelos fisioterapeutas e osteopatas Daniel Grosjean e Patrice Benini, a microfisioterapia é uma técnica de terapia manual que teve seu embasamento iniciado pelos estudos da embriologia, filogênese e ontogênese, que através de mapas corporais e gestos manuais específicos, permitem identificar a causa primária de uma doença ou disfunção. “Seu objetivo é promover o equilíbrio e a manutenção da saúde por meio de uma abordagem manual suave realizada seletivamente por camadas específicas do corpo. O tratamento visa desencadear o sistema natural de recuperação do organismo, isso faz com que os sintomas regridam na medida do tempo e proporcione uma melhora no quadro geral do paciente”, explica Dra. Andrezza Tramujas.

A microfisioterapia ajuda o corpo a resolver traumas e questões, tanto as recentes quanto as do passado que são guardadas na memória celular. Todos os dias, estamos expostos a agressões externas e internas, das mais variadas naturezas e intensidades, e nem sempre o organismo reage de forma eficaz. Assim, elas precisam ser identificadas, pois essas agressões deixam uma espécie de “cicatriz” nos tecidos, ou seja, uma memória do acontecimento. O acúmulo dessas memórias pode originar uma dor, uma doença ou o enfraquecimento do corpo, que se torna incapaz de reagir. “A microfisioterapia ajuda a eliminar naturalmente essas memórias que enfraquecem nosso organismo. À medida que a técnica vai liberando o obstáculo, o corpo vai recuperando as capacidades perdidas e entra num processo de autoregulação”, esclarece a especialista.

De acordo com a fisioterapeuta, de um modo geral, são necessárias quatro sessões, mas é comum que pacientes apresentem um bom resultado com apenas uma sessão, e o intervalo entre elas é de 45 a 60 dias, conforme o caso, para que o corpo tenha tempo de fazer o seu trabalho. “A título preventivo, é conveniente efetuar uma sessão por ano ou a cada seis meses, para maior controle, ou ainda quando o paciente tiver sintomas agudos. O objetivo é tratar a origem da dor”, explica Dra. Andrezza.

Perdendo até o medo de avião “Para a personal trainer Hamanda Neves de Oliveira, 33 anos, uma sessão foi suficiente para resolver seu problema. Embora muito cética com alguns tratamentos, Hamanda resolveu fazer uma sessão na tentativa de melhorar o seu pânico de avião. “Fui fazer desacreditada, mas, para minha surpresa, foi o que me salvou!”, revela a paciente, que chorava antes de embarcar, suava frio e sofria por antecipação quando chegavam as férias. “Descobri com a técnica que esse pavor todo tinha relação com uma crença familiar de perigo iminente com altura, transferida por meu pai desde a minha infância. Felizmente, com apenas uma sessão adquiri autoconfiança e resolvi esse pânico. Tanto que logo em seguida fiz uma viagem ao Rio de Janeiro e precisei de remédio somente na ida. Voltei sem medicação e no fim do ano passado realizei uma viagem longa para fora do país, sem problema algum. Foi uma mudança notável em minha vida!”, salienta. Dra. Andrezza explica que as causas das disfunções do organismo podem ter relação direta com perdas, frustrações, sentimentos de rejeição e abandono, traumas durante a gestação, intoxicações e memórias hereditárias. Os problemas mais comuns são as dores físicas, ansiedade, obesidade, problemas gástricos, compulsões, dificuldades para dormir, entre outros.

Minimizar a dor e retornar à vida normal

Foi o que ocorreu com o advogado Cristiano Guerios Nardi, 31 anos, que buscou a terapia para auxiliar no tratamento de uma lesão no tornozelo, adquirida jogando futebol. “Tive rompimento parcial e total de ligamentos e fratura do tálus no pé esquerdo. Associando a microfisioterapia ao tratamento convencional, o inchaço e a dor diminuíram muito e descobri que a ansiedade colaborou com as dores. Já retornei à vida normal e atividades esportivas, mas continuo as sessões para acabar com a ansiedade”, acentua o paciente. “A microfisioterapia, além da promoção de autoregulação, é um processo que envolve muitas vezes mudança de hábitos para que os sintomas não reapareçam e o paciente possa seguir em frente com vitalidade e plenitude”, conclui a fisioterapeuta.

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