Bem Estar

Arquitetura Vital

Os espaços hoje são projetados conforme o estilo de vida das pessoas

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O que significa morar bem para você? Antigamente, sonhávamos com uma linda e ensolarada casa, em uma ilha paradisíaca e cercada pela natureza. Mas hoje, a realidade está na concepção de conforto e qualidade de vida, que permitem que as pessoas priorizem o “viver bem”, em ambientes que proporcionam bem-estar, seja em casa ou no trabalho.

A arquitetura entende que a realização pessoal está entre as necessidades básicas do ser humano, e viver com conforto é uma das principais realizações. “São nos ambientes em que vivemos e interagimos que construímos nossas memórias, imagens e aromas. Neles nascem e crescem ideias, rotinas e sonhos. Então, nada melhor do que poder planejar, construir ou adequar os ambientes para que nos tragam harmonia, paz e felicidade”, destaca a arquiteta Isabelle Guaragni Buerger, que há 8 anos desenvolve projetos com objetivo de atingir esse resultado.

Casa Refúgio

A arquitetura é uma ciência, uma arte e uma ferramenta que transforma, cria e remodela espaços para servirem ao bem da humanidade.  A concepção de estar bem em um bom lugar deve ser aplicada tanto em um ambiente profissional quanto residencial. “O lar deve ser mais do que um refúgio físico. Ele é psicológico e guarda boa parte de nossa identidade e dos que nela vivem”, acentua Isabelle. O conceituado psicanalista austríaco Sigmund Freud comparava a casa com o útero da mãe, onde certamente nos sentíamos seguros e a vontade. “É nessa linha que hoje buscamos desenvolver em todos os projetos o conceito de ‘casa-refúgio’, onde seus moradores podem desligar-se do mundo exterior para confraternizar, descansar e relaxar das atribuições do cotidiano”, revela a arquiteta.

A psicóloga Luciana Conci, de 38 anos, casada e mãe de dois filhos, está com o projeto de sua casa concluído, aguardando apenas o alvará para iniciar a obra. “Queria que minha casa fosse um lugar de aconchego, um porto seguro para toda a família. Trabalhamos muito para realizar esse sonho, por isso queríamos que fosse uma casa prática, de fácil manutenção, com uma ampla área social para que nossos filhos pudessem desenvolver suas atividades e receber os amigos, e onde todos se sentissem confortáveis e seguros”, ressalta Luciana. Sua família optou pelo estilo contemporâneo, em que a funcionalidade está associada ao acabamento com detalhes que dão um diferencial e refinamento aos ambientes. “A arquiteta nos apresentou várias soluções no projeto, que nem havíamos pensado. Ficamos satisfeitos com o resultado e com o custo-benefício”, salienta.

 

Planejamento, Simplicidade e Experiência

O empresário Fábio Henrique Mazarotto possui uma incorporadora e já executou cinco projetos de Isabelle. Ele revela que a arquitetura é a área que concilia estética e funcionalidade. “Um bom profissional tem que ter visão global, saber e pensar como as coisas vão acontecer, desde a construção até décadas depois dela terminada. Isabelle consegue fazer o elo entre a decoração, a arte e a engenharia. Esta é sua missão, a de integrar os moradores com o ambiente a sua volta”, afirma Fábio.

No âmbito do trabalho, o importante é prezar pelo conforto, aconchego e funcionalidade do ambiente. É o caso de uma sala de aula especialmente projetada para a Lemon School. – Escola de Criação e Publicidade, em Curitiba. “Por estarmos sediados dentro de uma estrutura construída no século passado – uma fábrica tombada -, queríamos uma sala de aula diferenciada, mais informal e com uma disposição mais solta e dinâmica para acomodar nossos alunos”, relata Marcos Pamplona, diretor da Lemon. O projeto foi idealizado com linhas curvas e cores fortes, resultando num ambiente mais lúdico e agradável aos alunos que trabalham essencialmente com criatividade e comunicação. “Assim, cada um pode ter um ponto de vista diferente durante as aulas, pelo próprio ângulo em que está disposto no espaço, o que é muito interessante para nossa escola”, revela Pamplona.

“O centro dos projetos é a vida das pessoas. Utilizo características contemporâneas, sem medo de incorporar elementos das escolas clássicas e modernas da arquitetura”, enfatiza Isabelle. De acordo com a arquiteta, o importante é trabalhar com os conceitos da simplicidade e flexibilidade, com ambientes mais limpos, amplos, sem cantos, bordas e adornos desnecessários. “Atuar com profissionais experientes, como Fábio Mazarotto, fez com que eu conciliasse melhor os valores subjetivos da estética, moda e estilos, com a eficiência da execução”, acentua.  Ela destaca ainda a importância em calcular os riscos, estudar a diversidade dos materiais e suas aplicações. “A preocupação está no melhor aproveitamento dos espaços com sustentabilidade e responsabilidade ambiental e seguindo sempre as normas e legislações vigentes dos urbanistas”, afirma.

Vivemos em uma grande cidade que apresenta alta densidade de pessoas, onde muitos prédios, residências e escritórios são projetados abdicando de elementos fundamentais, como insolação (luz solar), ergonomia e ventilação, pois precisam ter mais rentabilidade. “É preciso rever os conceitos, ninguém quer viver em um lugar que faz mal à saúde física e emocional”, alerta Isabelle. Ambientes apertados, com muita sombra, frio e de pouca ventilação são a porta de entrada de inúmeras doenças. Muitos problemas respiratórios são causados por vivermos em locais que não foram projetados de forma correta e exigem ventilação artificial demasiada, como os escritórios. “É importante acrescentar nos projetos elementos como grandes aberturas e ambientes integrados para obterem uma ventilação cruzada, que não só beneficiará o lado estético e reduzirá custos, como ampliará a claridade e a entrada da luz solar, que é tão vital para a saúde de todos”.

Temos que pensar que hoje todos os cômodos devem funcionar como centro de trabalho, diversão e comunicação, sem perder o elo com as áreas comuns, onde acontecem os encontros, as refeições e a convivência. Precisamos aprender a aproximar mais as pessoas sem interferir na individualidade, ajudando a moldar famílias, desenvolver as organizações e construir nossas memórias, imagens, ideias e sonhos.

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