Fisioterapia

Adeus, postura do estresse

Nada de tensão, dores e músculos retraídos. Com a técnica Kleina, o corpo relaxa e volta a um estado de saúde e equilíbrio

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Quando um lutador de boxe está em combate, sua postura corporal típica é de autodefesa: ombros erguidos e arqueados, cabeça mais baixa, antebraços tensionados junto ao corpo e punhos cerrados. Essa é a posição usual antes e depois de um golpe. Acontece que essa é a mesma postura verificada nas pessoas estressadas, que vivem tensas, com problemas, sob pressão, metas e compromissos.

“A tensão acumulada e o desgaste físico e emocional durante anos a fio geram nas pessoas a ‘postura do estresse’, que pode desencadear dores e patologias diversas, comprometendo a saúde e o bem-estar”, destaca o fisioterapeuta Dr. Israel Kleina de Lima. O padrão físico de um indivíduo estressado compreende: punhos cerrados, cotovelos sem flexibilidade, ombros para cima e para frente e respiração costal. “Outras áreas comuns de tensão são os pés, nas solas, músculos da face e a região pélvica”, esclarece.

Há 11 anos, ele vem desenvolvendo uma técnica fisioterápica própria que, através de manobras, libera as fáscias (tecido conjuntivo que envolve e permeia todos os músculos, ossos, nervos, vasos sanguíneos e órgãos), promovendo o relaxamento muscular, a melhora imediata da respiração, da postura e até do sono. É a técnica Kleina, que oferece resultados rápidos. As primeiras sessões são mais demoradas, mas o tempo médio é de 40 a 60 minutos e o número de sessões varia conforme o perfil.

 

Alívio e mudança postural

Devido ao estresse excessivo, a representante comercial Vera Lúcia Dias de Souza, de 62 anos, enfrentou há quatro anos uma dor muito forte no lado esquerdo do peito.  Achou, claro, que se tratava de problemas cardíacos.

“Fiz exames, busquei especialistas e nada. Ficava ainda mais angustiada. Mas bastaram algumas sessões de fisioterapia e me livrei da dor”, relata.  Três anos depois, foi o ombro que começou a incomodar, com espasmos que refletiam até a ponta dos dedos. “Cheguei a tomar cortisona, mas o que efetivamente resolveu foram as sessões de fisioterapia. Até a tensão na minha mordida foi eliminada. Descobri que preciso dessa terapia para viver”, diz.

Ao identificar as limitações articulares e de estruturas musculoesqueléticas do paciente, o profissional vai liberando, por meio de manipulações realizadas da cabeça aos pés, as “amarras” que o corpo produziu. “Durante este processo, o paciente vai aprendendo a liberar a respiração costal (com a parte superior do tórax) e passa a praticar a respiração diafragmática, que gera grande alívio e mudança postural”, explica Dr. Israel.

De acordo com o profissional, grande parte dos portadores da “postura do estresse” apresenta, além do componente físico, problemas emocionais. “Podemos reverter muitos destes quadros tratando o físico, pois sem dor e tensão, melhora o estado mental do paciente. Também ensinamos alguns modos de relaxar, respirar e alongar”, acrescenta. Pessoas que apresentam graus elevados de ansiedade, fobias, traumas e problemas para dormir se beneficiam já nas primeiras sessões, pois o padrão postural é alterado, a respiração melhora, aumenta a entrada de ar nos pulmões e, com isso, aliviam-se as tensões do corpo e da mente.

 

Tratando as aderências cirúrgicas

As limitações pós-cirúrgicas tardias, chamadas de aderências cirúrgicas, podem gerar estresse e agravar o quadro de pacientes operados. Cólicas abdominais decorrentes de cirurgias do abdômen, sensação de repuxamento na região da virilha após cirurgias do aparelho genital e cesariana, insensibilidades após cirurgias plásticas e ortopédicas, entre outros problemas, apresentam melhoras significativas com esta técnica.

 

Os males da “postura do estresse”

  • Favorece a formação de tendinites e síndrome do túnel do carpo;
  • A combinação de cotovelos e ombros para frente e elevados gera tendinite;
  • Tensão no diafragma pode gerar disfunções em todos os órgãos da cavidade abdominal;
  • Sola dos pés tensionada ocasiona fasceíte plantar e esporão de calcâneo;
  • Tensão dos músculos e articulações da face gera cefaleia, enxaqueca, zumbido no ouvido, entre outros;
  • Músculos da garganta tensionados provocam a sensação de dor de garganta e falta de ar;
  • Padrão respiratório alterado provoca sensação de falta de ar, aperto no peito e dores na região anterior do tórax.
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