Apneia Ronco

A disposição e a paz estão de volta

As consequências da apneia e do ronco podem ir além daquilo que você imagina

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O título dessa matéria pode até confundir um pouco, mas é bem assim que uma pessoa que acaba com o ronco ou apneia se sente. O ronco também é considerado um distúrbio social, uma vez que incomoda os parceiros, a família e até mesmo os amigos em uma viagem. Já a apneia, que é a parada respiratória, traz consequências físicas terríveis para a saúde de todo o organismo.

Segundo Dr. Marcello Tamura S. Brasil, cirurgião dentista graduado pela American Academy of Sleep Disorder, nos Estados Unidos, com especialidade na área respiratória e Odontologia do Sono, na University of British, na Columbia (U.B.C) – Canadá, membro da Sociedade Brasileira do Sono (2005) e também do corpo clínico do Hospital Vita Batel, o ronco e a apneia são dois problemas graves que atingem milhões de brasileiros. “O ronco incomoda quem sofre e quem tem que ‘aturar’ o problema, prejudicando até as relações sociais e os relacionamentos afetivos”, afirma o cirurgião dentista.

Dr. Marcello salienta que “o importante é dormir com qualidade, não em quantidade. Cada um tem seu ritmo. Aquelas pessoas que dormem oito horas por dia não necessariamente descansam tão bem quanto aquelas que dormem seis. O sono tem que passar por todas as suas fases, sem interrupções”. A apneia é um dos piores males do sono. Ela é uma pausa respiratória e, muitas vezes, o paciente não sabe que tem a doença, já que ele não chega a acordar. “Em casos mais graves, a pausa pode durar até 60 segundos”, diz o dentista.

Quando o paciente não consegue passar pelas fases N1, N2, N3, N4 e sono R.E.M, entram os distúrbios físicos. “As noites não servem apenas para o nosso descanso. É durante o sono que produzimos hormônios e reabastecemos as energias para o dia seguinte. Se a apneia interrompe este processo a noite toda, no outro dia o paciente acordará cansado e as consequências serão gravíssimas”, alerta Dr. Marcello Brasil. Neurologicamente, a falta de oxigenação provocada pela apneia faz com que o paciente tenha déficit de atenção, sonolência e dificuldades de raciocínio. Como o oxigênio não abastece o corpo da maneira que deveria, o coração precisa dar conta, ou seja, trabalhar mais. “Cardiologicamente, o paciente pode sofrer de taquicardia, arritmias e pressão arterial alta. Se ele tiver uma vida sedentária, fumar e se alimentar mal, são grandes os riscos de sofrer um AVC ou infarto agudo do miocardio ao acordar”, alerta o especialista.

A produção de hormônios também é prejudicada pela apneia. “Por exemplo: se a produção da somatomedina, que controla a variação do peso, for reduzida, o paciente que está tentando emagrecer não vai conseguir”, explica o médico. Como consequência da falta da produção de hormônios durante a noite pode-se citar dificuldade em perder peso e no controle da pressão arterial ou da serotonina, que ajuda no bom humor e no convívio social. Os problemas musculares também aparecem em decorrência da apneia. É comum o paciente sofrer de síndromes das pernas inquietas. “Se ele for um atleta, o seu rendimento será inferior aos outros”, alerta Dr. Marcello.

É importante ressaltar que somente com vários exames o paciente sabe com precisão qual é o seu problema. “O ronco e a apneia podem ser identificados com a polissonografia, um exame que faz um check-up completo do sono. É recomendado também uma bateria de exames clínicos para sabermos o quadro do paciente”, esclarece o cirurgião.

Noites bem dormidas

Foi o que aconteceu com o casal Sandra Mara Potier David, de 59 anos, e Jacques Louis Jean David, de 61 anos. Depois de muitas noites sofridas eles resolveram procurar tratamento e, após exames, a solução encontrada foi o aparelho intraoral, indicado para mais de 75% dos casos. “Nossa disposição aumentou muito, as noites terríveis de sono interrompido acabaram”, conta o Sr. Jacques. “Hoje recomendamos e incentivamos todos a buscar tratamento. Afinal, meu sonho era ter uma boa noite de sono tranquilo”, comemora dona Sandra.

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