Sintomas de Depressão? Cuide com seu sono
Quem ronca tem seu sono afetado devido à redução de oxigênio no sangue e também está propenso a sofrer AVC e problemas cardíacos
Cansaço, indisposição, irritabilidade e falta de memória. Sintomas comuns em pessoas que sofrem ou, pelo menos, pensam sofrer de depressão. É preciso ficar atento, pois, sinais como esses podem estar ligados à noites mal dormidas devido algum tipo de distúrbio do sono. E, nesse caso, antidepressivos não irão trazer nenhum tipo de resultado positivo.
Uma pessoa que ronca, por exemplo, não descansa direito e tem seu sono afetado devido à redução do oxigênio e da quantidade de hormônios necessária para o bom funcionamento do corpo. Com isso, ela também está propensa a sofrer Acidente Vascular Cerebral (AVC), problemas cardíacos, entre outros males
Segundo o cirurgião dentista, Marcello Tamura S. Brasil, graduado pela American Academy of Sleep Disorder, nos Estados Unidos, com especialidade na área respiratória, Odontologia do Sono, na (U.B.C) University of British na Columbia, no Canadá, membro da Sociedade Brasileira do Sono (2005) e do corpo clínico do Hospital Vita Batel, a Apnéia está entre os principais tipos de distúrbio do sono.
A doença desorganiza os movimentos respiratórios e é caracterizada pela obstrução parcial ou total das vias aéreas. Nesse caso, a pessoa pode deixar de respirar por alguns segundos quando há o colamento das paredes da faringe. Ainda de acordo com o especialista, a hipertensão arterial é encontrada em 70% a 90% dos que sofrem com a Apnéia. No Brasil, a doença afeta 8,5 milhões de pessoas ou 5% da população.
Outro problema bastante comum é a chamada Síndrome da Resistência das Vias Aéreas Superiores (SRVAS). Ela é o resultado do relaxamento da musculatura da faringe e da obstrução parcial das vias aéreas superiores, durante o sono. Pode ser, inclusive, silenciosa, já que às vezes a pessoa não ronca. Nesse caso, é comum a pessoa levantar com dor de cabeça, devido à baixa concentração de oxigênio no sangue (Hipoxemia). Mas, a dor cessa assim que a oxigenação se normaliza.
A pessoa que ronca também sofre com problemas sociais. Além da sonolência durante o dia, a irritabilidade e o cansaço, que podem atrapalhar no desempenho profissional, no convívio com amigos e familiares, há casais que se separam por não conseguir mais dormir juntos.
Causas da Apnéia e SRVAS
- Estreitamento ou oclusão da passagem de ar pelas vias aéreas;
- Problemas na faringe;
- Hipertrofia da língua;
- Falta de coordenação dos músculos respiratórios.
Fatores agravantes:
Amídalas e adenoides muito grandes, obstrução crônica do nariz (rinites vasomotoras), desvio de septo, pólipos nasais, dormir de barriga para cima, álcool, tabaco, medicamentos à base de benzodiazepínicos e obesidade, porque favorece a infiltração de gordura na faringe.
Diagnóstico
Para detectar problemas do sono como esses o correto é que o paciente se submeta a uma avaliação polissonográfica. Neste caso, ele dorme uma noite em laboratório para ter seu sono observado. Segundo Dr. Marcello, qualquer pessoa que ronca fatalmente tem algum problema de garganta e deve procurar orientação médica o mais breve possível.
Tratamentos
O tratamento para Apnéia do Sono, Síndrome da Resistência das Vias Aéreas Superiores (SRVAS) e outros problemas afins pode ser feito com uma placa intra-oral de silicone. “Ela ensina o paciente a respirar corretamente, ou seja, faz uma reeducação, não machuca e é de fácil adaptação”, explica Dr. Marcello Brasil.
Pode ser considerada uma espécie de fisioterapia respiratória, e deve ser usada em média dois anos. “Depois disso, o paciente volta a respirar normalmente, quando colabora e faz regularmente atividade física”, complementa o especialista.
Uma outra alternativa é o uso do CPAP, um aparelho composto por um compressor de ar, um tubo e uma máscara que injeta ar nas vias áreas. Ele mantém as paredes da faringe afastadas, impedindo o seu colamento. Entretanto, esse aparelho não reeduca a respiração, como no caso da placa de silicone.
Em alguns casos também é feita a recomendação cirúrgica, para retirada de amígdalas hipertróficas.
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