Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC): Como diagnosticar e tratar?
Geralmente percebido na escola, o distúrbio qua afeta a capacidade em compreender a fala e os sons pode ser confundido com Dislexia ou Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH)
Ao perceber que uma criança tem dificuldade em compreender a fala e os sons ao seu redor é natural que a suspeita seja a de alguma deficiência auditiva. Isso porque a maioria dos casos de perda auditiva se deve a problemas relacionados a função condutiva ou neurossensorial do ouvido. Percebido na maioria das vezes na escola, no entanto, acaba sendo confundido com transtorno de Déficit de Atenção ou Dislexia, o que pode atrapalhar o diagnóstico e comprometer o aprendizado escolar.
Como funciona a audição?
O ouvido, órgão responsável pela audição, é dividido em três partes:
- Ouvido Externo é formado pela parte externa (conhecida como orelha), canal auditivo e tímpano, principais responsáveis por captar os sons e transforma-los em vibrações.
- Ouvido Médio formado pelos ossículos (martelo, bigorna e estribo) responsáveis por captar as vibrações e enviar para o ouvido interno.
- Ouvido Interno composto pela cóclea e células ciliadas que convertem as vibrações em impulsos elétricos que são enviados para o cérebro por intermédio do nervo auditivo.
Diagnóstico do DPCAC – Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC)
Para realizar o diagnóstico são recomendados exames audiométricos a fim de detectar onde e qual é o problema. Ainda assim, se os resultados não apontarem alterações nos limiares auditivos é possível considerar a existência de outro distúrbio relacionado a audição chamado DPCAC – Distúrbio do Processamento Auditivo Central.
O que é o DPAC?
O DPCAC – Distúrbio do Processamento Auditivo Central (DPAC), também chamado de Disfunção Auditiva Central ou Transtorno do Processamento Auditivo é um distúrbio da percepção auditiva que afeta a decodificação das informações sonoras que chegam até o córtex cerebral. Ou seja, apesar do ouvido receber os sonoros, o cérebro não consegue decodifica-las.
Tratamento com o Neurofeedback
O Neurofeedback, técnica amplamente conhecida na Europa e EUA, auxilia na reabilitação do Transtorno do Processamento Auditivo em parceria com o tratamento do fonoaudiólogo, pois potencializa os resultados, fazendo com que a resposta seja mais rápida e efetiva.
“O processamento do som ocorre do tronco até o córtex. No Neurofeedback trabalhamos com as áreas temporo-ocipto-parietais, no entanto as áreas especificas e os protocolos a serem escolhidos são definidos com base em uma avaliação detalhada bem como com os objetivos a serem alcançados em cada caso”, explica a psicóloga e especialista em Neurofeedback Viviane Wisnievski. “Não podemos esquecer que é comum termos dificuldades atencionais e de memória operacional associadas ao transtorno do processamento auditivo, neste sentido o Neurofeedback também exerce função importante, pois trabalha áreas do lobo frontal responsáveis por estas funções”, complementa.
Duração do Tratamento do Neurofeedback e Resultados
O tratamento tem duração média de 40 sessões, no entanto, cada caso é estudado individualmente e avaliado conforme a necessidade individual.
“Os resultados são observados tanto pela escola com a melhora no rendimento escolar, como pela família que notam redução de tempo na execução das atividades escolares, redução do número de erros e aumento nas habilidades de leitura e escrita”, finaliza a psicóloga e também especialista Gislaine F. Azzolin.
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