Bem Estar

Filhos da Tecnologia

O vício digital já é preocupante na vida adulta. Mas como lidar com a nova geração cada vez mais conectada

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Uma das maiores e atuais preocupações de nossa sociedade, abordada recentemente por diversos meios de comunicação como a revista Istoé ou até anúncios como o da Coca-Cola no youtube, é o vício digital. E se isso preocupa na vida dos adultos, imagine na vida das crianças.

Se você tem mais de 15 anos, fato: você é de uma geração muito ultrapassada! Isso porque a tecnologia está presente cada vez mais cedo na vida das crianças. É normal que uma criança de dois anos saiba como desbloquear o celular dos pais e acessar, sem nenhuma dificuldade, jogos e demais aplicativos. Entretanto, apesar de ser uma tendência, é preciso que os pais estejam atentos.

Com este novo perfil de crianças online, a agitação constante se tornou algo comum. “Como estão sempre agitados em meio as redes sociais e jogos, as crianças têm cada vez menos capacidade de concentração e de manter-se confortável em ambientes mais calmos, como a escola, por exemplo”, explica a psicopedagoga Sabrina Gelhorn, do Centro Psicopedagógico Parceria.

Com isso, cada vez os pais tem recorrido aos consultórios, afirmando que seus filhos possuem déficit de atenção ou hiperatividade. “O consumo de medicamentos tem aumentado entre as crianças, pois, podem ser precocemente diagnosticadas e enquadradas em uma das suas situações”, diz Sabrina. A profissional afirma que é preciso, antes de qualquer coisa, “fazer uma avaliação não pontual, sem olhar só para determinado aspecto, mas, fazer uma avaliação global para determinar a causa do problema que a criança está tendo”.

 

#dificuldade de concentração em outras atividades é uma das consequências

Uma criança que joga horas a fio, por exemplo, dificilmente conseguirá se manter concentrado numa questão matemática por muito tempo, pois, está acostumado às soluções imediatas que o jogo oferece. “No jogo, a criança não passa por frustração, pois, se ela não passar de fase da primeira vez, basta tentar de novo até conseguir. Com isso, ela não aprende a viver no mundo real, onde as frustrações são inevitáveis e não dá para resolvê-las num apertar de botão”, explica Sabrina.

Para ela, é preciso que os pais imponham limites tecnológicos aos filhos, para que também aprendam a viver em sociedade. “A criança, desde cedo, precisa aprender e entender que sempre há o sim e não. E ela precisa respeitar os limites impostos pelos pais, que devem determinar por quanto tempo ela poderá jogar videogames ou manter-se online. Tempo com amigos reais e com a família são de extrema importância”.

A grande questão do mundo atual é que, cada vez mais, os pais trabalham por longas horas, buscando dar uma boa condição de vida e, como recompensa aos filhos por sua ausência, acaba inserindo cada vez mais os pequenos no mundo tecnológico. O mesmo acontece quando os pais precisam de tempo, assim, colocam os filhos em frente a TV, computador, smartphones e jogos. “Não apenas as crianças estão se tornando viciadas, mas, os pais também. Toda essa necessidade de manter-se conectados 24 horas gera uma dependência tecnologia e pode ser resultado de uma questão sentimental, de fazer parte de algo ou ter muitos amigos quando, na realidade, você está sozinho na frente de um computador”, fala Sabrina.

 

#tempo de qualidade com os filhos

Para resolver esta situação, é preciso que os pais se sintam menos culpados e tenha momentos de qualidade com seus filhos, por mais curto que sejam. “Hoje é praticamente impossível manter as crianças afastadas desta era digital, até porque isso geraria certa exclusão social, mas, é preciso que os pais ajudem as crianças a serem crianças, exercitando a criatividade e o lado lúdico que possuem”, explica a psicopedagoga.

Os pais também precisam mostrar à criança a diferença entre o mundo virtual e o real. “No mundo virtual, as respostas são imediatas, as soluções instantâneas e múltiplas opções. Na vida real, no entanto, não é assim que funciona. Tudo é mais complicado e a criança precisa entender que nela é preciso construir relações, que dificuldades existem e que reparações são necessárias”.

Serviço: Clinica Parceria – www.clinicaparceria.com.br

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