Depressão ou distúrbio do sono
Sintomas semelhantes podem atrapalhar o diagnóstico preciso
Mudanças de humor, sonolência, cansaço excessivo, problemas de memória e falta de concentração são algumas das queixas de quem sofre com distúrbios do sono – mal que atinge grande parte da população adulta e quase metade dos homens acima dos 50 anos. São sintomas semelhantes ao de outra doença muito comum: a depressão. Tantas coincidências acabam confundindo até mesmo especialistas na hora de fazer o diagnóstico. “Algumas pessoas chegam a ser medicadas e pensam que voltaram a dormir bem, quando na verdade é apenas o efeito dos remédios”, informa o dentista Marcello Tamura S. Brasil, graduado pela American Academy of Sleep Disorder e membro da Sociedade Brasileira do Sono.
Para fazer o diagnóstico correto é preciso ficar atento a todos os sinais e buscar um profissional para fazer o exame de polissonografia, que irá verificar a qualidade do sono. E é importante fazer o exame antes que as doenças acabem se aliando. “Uma situação que pode acontecer é a pessoa com distúrbio do sono desenvolver um quadro depressivo em razão do desequilíbrio desencadeado pelo sono ruim”, explica o especialista.
Um dos distúrbios do sono mais comuns é a síndrome da apneia obstrutiva do sono, que se caracteriza por uma série de paradas respiratórias durante o sono que podem durar dez segundos ou até mais. A apneia ocorre devido ao relaxamento dos músculos da garganta, que bloqueiam a passagem do ar e interrompem o sono diversas vezes.
Quem não tem uma boa noite de sono acorda cansado e indisposto, o que resulta em prejuízos ao rendimento diário e ao bom humor. O raciocínio também é afetado, havendo dificuldade de concentração e problemas de memória que atrapalham as atividades intelectuais. “Com o tempo, a pessoa diminui muito o desempenho e o interesse pelo trabalho, afetando sua carreira”, ressalta.
Solução
O especialista reforça a necessidade de se procurar um profissional especializado, que poderá identificar se a pessoa tem mesmo uma depressão ou se sofre com um distúrbio do sono. Identificado o problema, passa-se ao tratamento. O uso dos aparelhos orais é uma das principais formas de tratar a doença, pela facilidade de adaptação e pelos bons resultados que vêm apresentando.
“O aparelho atua restaurando a passagem de ar, melhorando o nível de oxigênio e impedindo a apneia. O uso da placa intraoral durante o sono tem mostrado resultados bastante satisfatórios para apneias leves e moderadas, e cerca de 85% dos pacientes se adaptam ao aparelho”, ressalta Marcello Brasil.
Albanita Alves Vieira de Lima, de 59 anos, elogia o tratamento. “Já há alguns anos dormia mal, mas não sabia qual era o problema. Estava sempre indisposta, cansada e com problemas de memória”, conta. Depois de 15 dias do uso do aparelho intraoral, Albanita já pôde ver a mudança que isso significou em sua vida. “A qualidade do meu sono nem se compara à que tinha antes. Minha disposição agora é outra. Depois que comecei o tratamento voltei até a estudar”, comemora.
O uso da placa também ajuda a reforçar a musculatura da orofaringe. Dessa maneira, induz a uma reeducação da respiração. Além disso, o dentista explica que o aparelho é produzido sob medida e que passa por um rigoroso controle de qualidade.
Depois de alguns dias de adaptação ao aparelho, o paciente já começa a notar a mudança no seu sono e a consequente melhora no seu dia a dia. Após dois meses de uso da placa é necessário fazer uma polissonografia de controle, que irá mostrar uma melhora bastante considerável na qualidade do sono.
Conheça os principais sintomas de distúrbios do sono:
- Sonolência diurna
- Problemas de memória
- Falta de concentração
- Cansaço excessivo
- Estresse
- Ansiedade
- Irritabilidade