Acabe com o medo da cirurgia de hemorróida
Nova técnica cirúrgica elimina o problema sem dores e sem o desconforto do pós operatório
Para muitas pessoas, só ouvir falar em hemorroidas já dá um frio na espinha. O primeiro pensamento que surge é o sofrimento, sempre intenso nessa doença que não escolhe sexo, idade e nem posição social, e geralmente é proveniente de fatores genéticos. Mas, afinal, o que é a hemorroida?
O médico proctologista e cirurgião Dr. Marison José Koji Uratani, da Gastroclínica de Londrina, explica que as hemorroidas são veias responsáveis por proteger o canal anal. Quando isso não ocorre adequadamente, surgem inflamações e dores, podendo levar ao sangramento. Alimentação desbalanceada e o uso da força ao evacuar podem piorar o mal, mas a predisposição genética é o fator mais importante. Também é muito comum que grávidas desenvolvam o problema, por questões hormonais.
Segundo o Dr. Marison Uratani, cerca de 50% da população tem hemorroidas, nem todos em estágio em que cirurgia é necessária. “Somente os que apresentam sintomas precisam operar”, indica. A intervenção é necessária quando há um aumento excessivo da veia e a hemorroida sai do ânus, ou ocorre sangramento ou dor. Se isso acontecer, o médico orienta que seja tomada uma decisão rápida. “Se começa a incomodar, é bom operar o quanto antes, porque o problema só vai piorar”, adianta.
Apesar do medo que muitos têm da cirurgia, já existem técnicas que possibilitam a solução do problema sem dor. A mais conhecida é o procedimento para o prolapso hemorroidário (PPH), que foi desenvolvido por um italiano e chegou ao Brasil há cerca de oito anos. O Dr. Uratani conheceu a técnica ainda na residência e hoje a utiliza para aliviar a dor de muitos pacientes. “Com o PPH, não é preciso mexer na parte externa do ânus. Tudo é feito no reto”, explica o especialista em coloproctologia.
O aparelho do PPH funciona como uma espécie de grampeador que corta e sutura uma área que está a 4 cm do ânus. O procedimento corta o vaso que irriga a hemorroida e, como consequência, ela murcha. “O PPH é indicado para todos os casos, e logo após a cirurgia o paciente já sente a melhora”, garante o médico.
Diferencial
A grande diferença está justamente no fato da cirurgia ser feita internamente. O especialista explica que a cirurgia tradicional deixa uma ferida aberta no local que leva cerca de 30 dias para cicatrizar. Durante esse tempo, o paciente precisa ter cuidados especiais, como fazer banhos de assento, utilizar pomadas e evitar o uso papel higiênico, além de enfrentar a dor e o desconforto.
Uma vez operado com o PPH, o paciente volta à vida normal já no dia seguinte – fato comprovado pela arquiteta Heloisa Helena Zarpelon Teixeira. Ela já sofria com as hemorroidas, mas o problema se agravou quando ela ficou grávida. Com medo de enfrentar a cirurgia, a arquiteta foi adiando a ida ao médico, até que o incômodo falou mais alto. Foi aí que veio a grande surpresa. “Apostei na técnica sugerida pelo médico e foi o melhor investimento possível. Só senti um incômodo no primeiro dia, mas nada de dor. No dia seguinte, já estava com a vida normal”, relata.
Helena concedeu a entrevista duas semanas após ter sido submetida ao procedimento, e nem de longe parecia alguém que tinha acabado de passar por uma cirurgia. Ela conta que um amigo também fez a cirurgia, só que pelo método tradicional, e estava sofrendo muito. “A recuperação dele está sendo difícil, e isso tinha me dado mais medo ainda de fazer a cirurgia. Ele não se conforma com o meu pós-operatório”, afirma Helena.
Com uma filha de cinco meses, o maior desafio da arquiteta era resolver o problema sem deixar de cuidar da menina. Graças ao PPH, isso foi possível. “Tive alta no mesmo dia e já pude amamentar”, diz aliviada. Helena lembra que já passou por outras cirurgias ao longo da vida, mas que essa foi a mais tranquila e resolveu de vez o problema. “Muitas pessoas adiam a cirurgia por medo, mas hoje eu digo: procure logo o médico e faça!”
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