Fique livre do suor excessivo
A hiperidrose pode causar transtornos, constrangimentos, depressão e até fobia social
No Brasil, cerca de 3% da população sofre com um problema que não prejudica diretamente a saúde, mas compromete seriamente a qualidade de vida. Essas pessoas suam exageradamente nas mãos, pés, na região crânio-facial, no peito, costas ou em qualquer outra parte do corpo. É a chamada hiperidrose. Em condições normais, o sistema nervoso envia ordens para que as glândulas sudoríparas produzam suor quando o corpo precisa perder calor. Por alguma razão ainda desconhecida, essa estimulação ocorre de maneira excessiva e independe da temperatura do ambiente.
A transpiração é uma função biológica e essencial para regular a temperatura do organismo, mas quando é exagerada pode causar transtornos, constrangimentos e depressão, interferindo negativamente na autoestima, na vida íntima, social e profissional da pessoa. “Tenho pacientes que evitavam o aperto de mãos, pois estas estavam sempre muito molhadas”, relata o médico Dr. Carlos Hespanha, que é cirurgião torácico e trata a hiperidrose.
Existem pessoas que não conseguem escrever ou, simplesmente, manusear papéis ou outros objetos sem deixá-los úmidos e manchados. Quando o excesso de suor é nos pés, a dificuldade em usar chinelos ou sandálias é grande, pois os calçados ficam escorregadios de tão molhados. Quem tem o problema nas axilas costuma levar roupa extra para a escola ou trabalho e se restringe a usar peças brancas ou escuras, que não chamam tanto a atenção para as manchas. A incidência desse distúrbio é praticamente igual em homens e mulheres e afeta também as crianças, podendo se manifestar na infância, adolescência ou somente na idade adulta.
A hiperidrose é dividida em primária ou essencial e secundária. A primária é a mais frequente, não tem causa conhecida e pode ser provocada por fatores genéticos. Já a hiperidrose secundária é associada a uma causa específica que pode ser: obesidade, menopausa, alterações endócrinas e/ou neurológicas, uso de drogas antidepressivas e outras. “A boa notícia é que ela tem tratamento clínico, indolor, simples e muito eficiente”, assegura o Dr. Hespanha.
“A sensação de renascimento é incrível quando se livra desse problema”, conta a fisioterapeuta Maria Cristina Mendes Boese, que há 2 anos descobriu o tratamento indicado pelo especialista. “Me considero mais bonita e segura desde que o suor excessivo que pingava do meu rosto desapareceu. Posso me maquiar e usar os cabelos soltos. A medicação não é cara e não provoca nenhuma reação adversa”, comemora.
O médico explica que os pacientes têm seus problemas analisados individualmente por meio de entrevistas e exames específicos. “Excluída a existência de doenças que possam aumentar o suor, como o hipertireoidismo e outras alterações hormonais ou doenças neurológicas, parte-se para o tratamento”. Em pacientes com hiperidrose secundária, inicialmente deve-se tratar o que provoca a transpiração excessiva e, se os sintomas persistirem, trata-se a hiperidrose.
Dr. Carlos Hespanha relata que na maioria dos pacientes, começam a aparecer entre o 7º e 10º dia, deixando mais de 80% dos pacientes livres do distúrbio. “Minha vida mudou depois que comecei a tratar a hiperidrose. Desde o meu guarda-roupa, que está mais colorido, até minha vida social e profissional”, comenta a assistente comercial Kariny Ducate Jaskiu. Ela sofria com suor excessivo nas axilas, o que a atormentava desde criança. “As manchas que se formavam embaixo dos braços me obrigavam a usar somente roupas brancas ou escuras. Hoje faço a festa comprando peças bem alegres”, conta a assistente comercial.
Willi Kirchner é empresário e como tal sempre precisou trabalhar de paletó e gravata, o que era impraticável devido ao suor excessivo no peito e nas costas. “Procurei um especialista pensando em me submeter a uma cirurgia, mas Dr. Carlos me indicou o tratamento clínico”, conta Willi. Hoje ele está livre do suor e dos constrangimentos, e usa ternos mesmo sob o calor intenso do verão. “É uma grande conquista e, o melhor, de maneira acessível e muito simples”, completa Willi. Dr. Carlos Hespanha explica que a cirurgia também é uma solução bem aceita e praticada. “Porém, hoje, com a eficácia dos medicamentos, recomendo primeiramente o tratamento clínico, que vem apresentando excelentes resultados”, conclui.
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