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Técnica avançada do Neurofeedback, para regularizar e otimizar o funcionamento cerebral, chega ao Brasil

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Você é daqueles que não lembra onde deixou as chaves, esquece a hora dos compromissos e vive ansioso e irritado? Ou sofre de insônia, fobias, enxaquecas e depressão? Então, é melhor começar a treinar o seu cérebro. Achou estranho?

Chegando agora ao Brasil, mas já bastante utilizado nos Estados Unidos e Europa, o Neurofeedback melhora o desempenho pessoal e profissional e até ajuda a superar traumas. Os resultados obtidos com esta técnica podem ser comparados aos alcançados com o uso de medicamentos psicoativos, como os estimulantes cerebrais, que são utilizados por pessoas com déficit de atenção. O Neurofeedback tem a vantagem de ser uma técnica natural, sem contraindicações ou efeitos colaterais.

Além de corrigir distúrbios, a técnica também aprimora as funções cerebrais, sendo altamente recomendada para pessoas com ocupações que exigem um alto pico de performance. “O Neurofeedback estimula as habilidades do cérebro, regenera e desenvolve suas potencialidades. As mudanças são progressivas e estáveis, modificando padrões de comportamento de forma mais rápida e fácil”, explica a Dra. Tânia Muratori, psicóloga com formação em Neurofeedback e Biofeedback.

Depressão, Ansiedade e Déficit de atenção

As ondas elétricas cerebrais apresentam-se alteradas em indivíduos com transtornos como depressão, ansiedade, déficit de atenção, entre outros. Alterações nas taxas de frequências das ondas cerebrais implicam em prejuízos no desempenho das funções cerebrais.

Os transtornos emocionais e cognitivos estão relacionados com a deficiência ou excesso de algumas frequências cerebrais em regiões específicas do cérebro. Por exemplo, o transtorno do déficit de atenção está associado com a excessiva atividade de ondas lentas no córtex frontal. A ansiedade, a irritabilidade e a redução da tolerância ao estresse estão relacionadas com a produção excessiva de frequências de atividade muito rápida em determinadas regiões do cérebro.

A grande novidade é que, agora, estes padrões de ondas cerebrais podem ser modificados através do treinamento cerebral com Neurofeedback. Para corrigir estas alterações, a técnica promove a inibição das ondas em excesso e o aumento das frequências em deficiência. “Com o treinamento, as pessoas alcançam um maior equilíbrio emocional, uma melhora da concentração, planejamento, organização, criatividade, memória e raciocínio, o que torna-as mais produtivas, autossuficientes e relaxadas”, assegura Dra. Tânia.

 

Como é realizado?

O Neurofeedback é uma tecnologia de ponta, que fornece ao paciente informações sobre as frequências de suas ondas elétricas cerebrais, com o propósito de torná-las conscientes, para que possam ser alteradas por ele. O procedimento utiliza equipamentos eletrônicos para monitorar e dar retorno (feedback) ao paciente sobre seu funcionamento cerebral a cada segundo, possibilitando que aprenda a regulá-lo voluntariamente.

Primeiramente, é realizada uma avaliação da atividade elétrica cerebral do paciente para determinar a extensão das deficiências e suas localizações. Sensores são colocados em seu couro cabeludo, com o intuito de captarem e transmitirem a atividade cerebral para o computador, onde os dados são gravados e analisados. “Com base nestes dados, é possível confeccionar um plano de treinamento individualizado, pois conseguimos visualizar o que precisa ser melhorado nas várias regiões do cérebro, de acordo com o estado físico e emocional que se deseja alcançar”, explica a psicóloga.

A partir daí, começam as sessões de treinamento. Em todas as sessões, os eletrodos captam os impulsos elétricos cerebrais, que são exibidos na tela de um computador na forma de gráficos ou outros meios visuais. Então, o paciente se envolve em uma atividade específica, recebendo sinalizações (estímulos audiovisuais), informando-o sempre que suas ondas cerebrais atingirem a taxa de frequência objetivada. Por exemplo, uma criança pode movimentar um jogo de computador ou um adulto pode mover um gráfico de barras só com o cérebro, sem o uso das mãos. Assim, “o cérebro aprende um novo padrão de funcionamento”, afirma Dra. Tânia.

Este novo padrão de atividade elétrica regulariza a química cerebral, equilibrando e otimizando o funcionamento do cérebro. Ou seja, à medida que o paciente vai alcançando os resultados desejados com o Neurofeedback, a sua necessidade de medicamentos, como antidepressivos, ansiolíticos ou estabilizantes do humor, vai diminuindo, devendo ser reavaliada pelo seu médico. São necessárias, em média, 30 sessões para que o resultado seja estabelecido e consolidado, aponta a psicóloga.

 

Exemplo de superação

Cansado de enfrentar as dificuldades de concentração no trabalho, impulsividade, insônias, ansiedade e irritabilidade, o analista de sistema Alexandre Pereira, de 34 anos, resolveu treinar seu cérebro através do Neurofeedback. “Já tentei inúmeras terapias para corrigir isso, mas nenhuma surtia efeito. Como sou contra o uso de remédios, continuei procurando e encontrei a solução no Neurofeedback”, comemora Alexandre.

O resultado veio bem no início, na décima sessão ele já tinha conseguido se livrar da insônia, da ansiedade e melhorado a concentração. “A diferença dessa técnica é que ela te dá autocontrole, você aprende a reeducar o seu cérebro”, diz o analista.

Para a especialista, a tecnologia eletrônica do Neurofeedback ensina a entrar em um estado de alta performance cerebral. “O método ensina a mente a controlar o corpo e permite à pessoa regular, voluntariamente, as reações fisiológicas e emocionais”, enfatiza Dra. Tânia.

Os resultados estão sendo tão positivos que ele até conseguiu parar de fumar. “Larguei de uma vez esse vício e nem senti os sintomas comuns de quem para de fumar. Posso dizer que mudei da água para o vinho. Sou mais tranquilo, concentrado no que faço, equilibrado no convívio com as pessoas e mais autoconfiante”, avalia satisfeito.

Quando o Neurofeedback é indicado?

  • Déficit de atenção e hiperatividade;
  • Depressão, transtorno bipolar;
  • Ansiedade, síndrome do pânico e estresse;
  • Insônias, irritabilidade;
  • Sequelas neurológicas;
  • Dores crônicas (fibromialgia, enxaqueca);
  • Otimização da performance cerebral
    (maior agilidade dos pensamentos, concentração, memória, criatividade,
    melhor desempenho intelectual).
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